Editorial
Jovens não viram ninguém morrer de Aids
Para quem viveu principalmente os anos 80 e 90, as memórias do desespero causado por tantas mortes causadas pela Aids ainda estão vivas. A doença segue aí, mas com efeitos controlados devido ao avanço da medicina. No entanto, é um sofrimento para quem precisa lidar diariamente com o tratamento. Embora dê para levar uma vida praticamente normal, há sempre a preocupação. E é aí que os jovens parecem não compreender a gravidade da doença. Só que essa percepção não é bem certeira. Só em 2023, 33 pelotenses e 24 riograndinos já padeceram pela doença.
Para muitos, erroneamente, há a percepção de que o pior resultado de sexo sem proteção é um filho e métodos anticoncepcionais que evitam apenas a concepção já são o suficiente. Jamais. Fora a Aids, são muitas outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) que podem causar estragos na vida de alguém. Por isso, há a necessidade da conscientização constante e de campanhas que estimulem o sexo seguro, com o uso de camisinha.
A ciência vem, aparentemente, avançando para a cura da Aids. Porém, além dela, as outras DSTs são uns problemas. Pelotas tem, nesse ano, uma média de 50 casos de sífilis por mês. Um outro tema a se alertar. Agora, o Município sofre um revés e volta a figurar na lista de cidades com mais casos de Aids, dentre as com mais de cem mil habitantes no Brasil.
Os dados da matéria que é a manchete da edição de sexta-feira do DP mostram que Rio Grande, após o susto de ser uma das cidades com maior índice no Brasil, recuou. Já Pelotas, após o alívio de sair das cem primeiras cidades do ranking, retornou. Ou seja, há como lidar com a questão e, principalmente, não é possível que se afrouxe a prevenção. Os índices mostram que o público infectado é majoritariamente pessoas entre 21 e 50 anos de idade. É um público que vivenciou menos as crises provocadas pela doença - alguns nem viveram, outros pegaram a reta final.
Maior que a preocupação em Pelotas e Rio Grande, é o Estado em geral. O Rio Grande do Sul é o local onde mais morre gente por causa da Aids. Se, com muita lutas, chegamos a um ponto em que não há o cenário de mortes diárias pela doença, é preciso manter o ritmo para que não se volte a ter um problema gigante.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário